Coro Hatsuhinode - Relato visita ao Abrigo AMEM
Associação Metropolitana da Erradicação da Mendicância pelo Coro Hatsuhinode
13 de maio dia de
luta contra o racismo.
Após atravessar a
alameda refrescante de árvores da Reserva da Restinga (conhecida como Mata do
AMEM), o clarão do final do acesso que desemboca na linha de trem João
Pessoa - Cabedelo, indica a chegada ao abrigo.
Um pouco menos de
dezoito pessoas entre 88 e 92 anos, já aguardavam no salão principal, em
silêncio, como crianças bem comportadas sentadas em suas cadeiras, algumas com
rodas, outra com andador ou muleta.
Receberam doações em
alimentos, roupas, material de limpeza e higiene pessoal, generosamente,
preparadas pelos sócios da ACBJ-PB, dos integrantes do T’a-ichi Chuan e principalmente, dos membros do coro.
A intenção primeira
é assistencialista, levando doações e música, mas no final há uma troca edificante.
A maioria se dispôs
a participar do aquecimento corporal, exercícios físicos nas extremidades do
corpo, aceitando massagens dos nossos coristas, antes do aquecimento vocal
dirigido por Robson.
A sequência do nosso
programa de canções: Baião de Ninar (Edno Krieger); Furusato (Okano/Takano)/Ai que saudades d’ocê (Vital Farias);
Cantiga de Manoel Leandro (PI); Pavão (Paulo Ró)/Nanatsu no ko (Noguchi/Motoori)/Sansa
kroma-Cangoma (África do Sul, MG); Balão, (Kana Aoki); e Ue wo muite - Olhando
para o céu (Rokusuke). Repertório em homenagem às mães e ao 13 de maio, através
de cantigas de ninar, saudades da terra natal, do amor, cantos libertários e de
emancipação. Ouviram atentamente a narrativa explicativa e dos próprios textos
poéticos das canções. Podia se ouvir alguma voz ou batuque tímido, por parte
dos ouvintes, tentando acompanhar a melodia até do interlúdio da flauta, do
violino, ou da própria melodia e o ritmo local.
O gratificante é
constatar o poder da música ao ouvir as devoluções em forma de aplausos,
sorrisos, brilho nos olhos, poesia, canção e a prosa sobre entes queridos,
viagens e fase produtiva. O poeta homenageou as mães, a sua terra natal, sua
irmã. O ex-representante de laboratório entoou o trecho da canção à mãe do
pracinha que vai para a II Guerra
Abençoadas pela
manhã de hoje, a presença e a vontade de compartilhar de cada integrante do
coro[i]
e do abrigo da AMEM. Gratidão pela troca de música e poesia, memória,
sentimento e, sobretudo, de energias, sorrisos, atenção, carinho, bem estar e
empoderamento.
João Pessoa, 13/05/2017
Alice Lumi Satomi
Coordenadora do Coro Hatsuhinode e do Projeto Cultura
Oriental: práticas musicais, linguísticas e psicossomáticas
[i]
Participantes do coro: Laurinda, Luiza, Neide, Mira (sopranos); Alice, Marcela,
Márcia, Mayara (contraltos); Angelus, Djalma, Eduardo, Yatoji (tenores);
Fernando, Luiz, Tomaz e Robson (baixos)
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